Dúvidas – Otoplastia

O que é a orelha de abano?
Algumas pessoas nascem com um formato diferente do normal, a chamada orelha de abano, onde o paciente tem orelhas mais protusas, proeminentes, ou seja, o ângulo formado entre a orelha e a cabeça (ângulo-cêfalo auricular) está aumentado, distanciando a orelha da cabeça, variando de caso para caso, muitas vezes dando a impressão de serem maiores. A naturalidade e a harmonia da cabeça estão relacionadas com o equilíbrio entre as unidades estéticas faciais, e as orelhas estão incluídas nesta harmonia. A orelha de abano é a mais frequente variação anatômica da cabeça e pescoço, prevalência entre 5 % da população em geral, e em 8 % dos pacientes existe história familiar. Segundo dados de pesquisa da nossa Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica- SBCP, a otoplastia está em 8° lugar, com 5% nas cirurgias plásticas estéticas mais realizadas. A otoplastia é a cirurgia plástica para correção desta deformidade que causa grande impacto no estado emocional das pessoas, principalmente para crianças na idade escolar sendo motivo de gozações e constrangimento, trazendo problemas de ordem psicológica. Em adultos, também traz muito desconforto para mulheres quando usam o cabelo preso ou quando vão sair em fotografias.
Quando fazer a cirurgia?
A otoplastia está indicada para adultos e crianças, sendo estas, as que mais realizam esta cirurgia na prática clínica. A idade para fazer este procedimento ainda é um pouco controversa mais se deve esperar após a formação da orelha, ou seja, seu desenvolvimento completo em torno de seis a sete anos. Assim evitando que a criança seja alvo de zombarias. A cirurgia normalmente é realizada com anestesia local associado a uma sedação, é feito uma incisão atrás da orelha sendo retirado um pouco de pele para acesso da cartilagem sendo esta modelada, esculpida pelo cirurgião plástico, com fios de sutura, ocasionalmente, o cirurgião removerá um pedaço maior de cartilagem para proporcionar uma dobra mais natural quando a otoplastia estiver completa. Através de múltiplas suturas, a cartilagem é moldada e fixada, dando nova forma à orelha do paciente. Os pontos da cirurgia de otoplastia geralmente são retirados 15 dias após o procedimento, e o paciente deve usar uma faixa elástica compressiva no local, por um período variável de 2 meses, retornando no consultório conforme orientações do médico. O procedimento dura em torno de 1 hora e 30 min. A cirurgia causa pouca dor, mas como qualquer procedimento cirúrgico a dor pode variar de pessoa para pessoa, sendo que no período pós-operatório, os pacientes tomam analgésicos comuns e um antibiótico por 5 dias. O paciente retorna as suas atividades corriqueiras em poucos dias, porém deve evitar atividades físicas intensas ou bater nas orelhas por um período de até 45 dias. A recidiva pode ocorrer se não forem respeitadas todas as orientações pós-operatórias e num período de até o 3º mês pós-operatório, na grande maioria das vezes. Porém a satisfação quando se segue tudo na risca também é gratificante.
Quem indica a cirurgia e se existe complicações?
Como em toda cirurgia estética a indicação para realização da otoplastia deve partir da vontade do próprio paciente, sempre. O cirurgião plástico tem o papel de estabelecer se os anseios do paciente são reais. E sanar todas as dúvidas existentes, antes da cirurgia. São feitas fotos de pré e pós operatório para avaliação do paciente e da equipe médica. O paciente deve levar material informativo para ficar bem ciente do que será feito. Estando o paciente ciente da importância que a otoplastia pode ter em sua vida, provavelmente vai cooperar mais, com a sua cirurgia e ficar mais satisfeito com o resultado. Apesar da cirurgia de otoplastia ser efetuada mais em crianças, o tratamento na idade adulta é também bastante comum. Como todo ato médico inclui, dentro de si, um risco variável e a Cirurgia Plástica, como parte da Medicina, não é exceção. Pode-se minimizar o risco, preparando-se convenientemente cada paciente, mas não eliminá-lo completamente. Entre as complicações temos o hematoma, assimetrias, hipocorreção, infecção, cicatriz com formação de queloide, porém, como toda cirurgia deve-se ter um acompanhamento de perto no pós operatório para amenizar estas eventuais complicações.

Referências:

  1. Schettino A, Mayor D S, Soto A, Franco D, Franco T. Tratamento de orelhas em abano sem sutura cartilaginosa: associação de técnicas, Rev Bras Cir. Crânio Maxilo Fac., 13, jan- mar, 18- 22, 2010.
  2. Datafolha pesquisa para Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ano 2009.

“Enfim, saúde e bem estar é um direito de todos e por que não cuidar da sua autoestima, melhorando seu contorno corporal, sabendo que existem limites. Aproveite estas dicas da melhor maneira possível.”

Lembrando que estas informações são meramente informativas e não substituem uma consulta bem detalhada!